Mantenho contatos frequentes com a Câmara Setorial da Banana da Abanorte, do norte de Minas Gerais, e recebo um relatório que constam muitos problemas, como uma visão de um ciclo de baixíssimos resultados previstos para os produtores de banana até 2020.
O especialista e coordenador da Câmara, Rodolfo Rebello, afirma que a nossa bananicultura está em crise. Os preços não remuneram a atividade, e a adoção da tecnologia, inclusive de irrigação, permitiu um crescimento da área de produção, abastecendo o mercado nacional.
A banana ficou de fato com a velha expressão popular “preço de banana”, o que quer dizer: baratíssimo ou não vale quase nada.
A Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) criou um foro denominado “cotação da banana“, que foi um passo importante na busca da organização dessa cadeia produtiva.
Porém, o analista concluiu que passamos a ter uma um aumento expressivo de bananas de ótima qualidade e, com a queda da economia, e, ao meu ver, uma desorganização do sistema de negócios do setor, os elos entre quem produz, intermedeia e vende aos supermercados até o consumidor final, sem considerar o gigantesco desperdício da fruta.
A desordem tomou conta e o resultado atual, segundo os produtores, coloca em risco a bananicultura, que atua agora num sistema onde todos perdem.
Então, o que fazer com esse exemplo de produto nacional de ótima qualidade e sabor?
Não haverá saída fora de uma organização clássica de agribusiness cujo fundamento foi, é e sempre será da necessidade de planejamento e de contratos entre a produção, a intermediação, o varejo e o consumidor.
Se a classe produtora não se reunir para resolver este problema, definitivamente o milagre não virá da cabeça saudosa da Carmen Miranda.