Duas palavras de origem grega andam juntas nos debates pré e pós Rio+20: crise e hipocrisia. O discurso ambientalista vem sofrendo reveses contínuos ao não levar em consideração que a problemática ambiental é parte de um conjunto muito maior da crise global que abrange o sistema de representação política e o sistema de financiamento da economia pelo mercado financeiro. Isso no momento em que a sociedade sofre a mais radical e dramática mudança da sua plataforma de informação, comunicação e articulação, com profundos e ainda não mensuráveis impactos em todos os processos de relação social. É este peculiar contexto que determinou a presença de participantes na Rio+20, bem como a natureza e a perspectiva futura das decisões. Em grego, a palavra crise evoca decisão, julgamento. A crise é uma decisão entre duas escolhas possíveis e implica ação. Mas, como ensina o filósofo Hegel, quem exagera no argumento prejudica a causa. Quanto mais quem erra e exagera.
Ao fazer dos agricultores brasileiros seu alvo principal, tentando mobilizar a opinião pública nacional e internacional contra o agronegócio brasileiro no debate do Código Florestal, ONGs internacionais como o Greenpeace, WWF e seus aliados locais erraram de alvo e de crise. Eles atacaram o setor que mais apresentou ganhos de sustentabilidade no País, ao contrário do que ocorre no setor industrial urbano. O Brasil apresentou na Rio+20 uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, com 47% de energia renovável - contra uma média mundial de 13% e de 6% para os países desenvolvidos -, e deve grande parte desse sucesso à agricultura.
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