As demandas do mercado e os rigores das legislações de saúde e ambientais exigem maior eficiência e qualidade na produção e na elaboração de alimentos. No passado a agricultura foi orientada para a produtividade e a necessidade de atender a quantidade de alimentos. Agora, a rastreabilidade, definida nas normas da ISO 22005, está sendo incorporada pelos mercados mais exigentes. Ela permite rápido resgate histórico do alimento e dos seus processos de produção, desde a lavoura até o prato, atuando como mecanismo fundamental de controle da qualidade e de segurança alimentar.
O plantio direto nasceu da organização de grupos de inovadores e é uma prática de agricultura sustentável e de significativos benefícios ambientais. Essa prática, combinada com o melhoramento genético e maior eficiência nos processos de manejo, resultou em significativa evolução no uso de recursos naturais e no aumento da produção de lavouras.
Como exemplo da evolução pode-se analisar a cultura do arroz, que no fim da década de 1980 produzia 3565 kg de grãos por hectare e nas últimas cinco safras produziu 6827 kg/ha. Nesse período, praticamente dobrou a produção média de arroz.
O consumo de água é um dos indicadores da qualidade ambiental da cadeia de produção de alimentos. A água também é considerada fator crítico para a sobrevivência do homem, principalmente nos países da Europa e da Ásia.
No passado, décadas de 1980 e 1990, o consumo médio de água para irrigação era superior a 14 mil m3 por hectare de arroz. Em muitos casos chegava a 18 e até 20 mil m3/ha.
Nos últimos anos (2006 a 2010), com a redução no preparo de solos, sistematização de lavouras, taipas rebaixadas, plantio direto e cultivo mínimo, o consumo de água baixou para 8 a 10 mil m3/ha.
No passado, o consumo de água foi de 3900 litros, para produzir um kg de arroz. Hoje, o consumo de água é de 1300 litros por kg de grãos de arroz. A eficiência no uso de água triplicou com a adoção de boas práticas agrícolas.
Um mérito do orizicultor brasileiro e do sistema de geração e transferência de conhecimentos.
Na China, onde o arroz é o principal alimento para 1,3 bilhões de pessoas, as estimativas de consumo de água variam entre 1500 e 5000 litros para produzir um kg de arroz, de acordo com a tecnologia utilizada.
O consumo de combustível é outro parâmetro que pode ser usado na evolução da eficiência ambiental da agricultura.
Em lavouras de arroz, no passado, o intenso preparo de solos, com arados, grades, escarificadoras e destorroadoras somava a passagem de tratores até 15 vezes na mesma área. Resultava no consumo de 189 litros de diesel por hectare. Hoje, com o plantio direto e o cultivo mínimo, o consumo de diesel baixou para 62 litros de diesel/hectare, para a preparação de solos. No passado o consumo de diesel era equivalente a 38,2 ml para a produção de 1 kg de arroz. Hoje, com a adoção de boas práticas agrícolas o mesmo kg de arroz é produzido com 8,9 ml de diesel.
O agricultor brasileiro está adotando práticas mais eficientes e atendendo as demandas da sociedade para uma agricultura sustentável. Alimentos de qualidade, com rastreabilidade e eficiência no uso de recursos naturais.