Como é bom testemunhar o poder das mulheres no agronegócio. Por muito tempo, seu brilho foi tímido, mas hoje sua presença e protagonismo já iluminam os campos, trazendo uma nova energia e renovando as esperanças de uma agricultura mais inclusiva e sustentável.
Nesse caminho difícil, observamos as mulheres do campo buscando incessantemente aprimorar suas habilidades, adentrando cursos e palestras, sedentas por conhecimento e trocas de experiências. Seu empenho tem florescido em uma gestão precisa e eficiente das propriedades rurais, tecendo os fios de uma agricultura mais produtiva e próspera.
Segundo estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em conjunto com a Embrapa e o IBGE, atualmente, mais de 30 milhões de hectares são governados por mulheres.
Contudo, nesse conto de afirmativas, há também um triste capítulo que não pode ser ignorado: a diferença salarial. De acordo com levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) em 2018, as mulheres do agronegócio possuem uma média salarial cerca de 26% menor que a dos homens. Uma discrepância que lança sombras indesejadas sobre esse amoroso enredo.
Nos capítulos do Censo Agropecuário de 2017 (IBGE), uma nova história se desdobra, uma história em que cerca de 19% dos produtores, aproximadamente 1 milhão, são mulheres. No Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), temos a honra de acolher fortes e notáveis representantes do sexo feminino, que desempenham um papel crucial no avanço do setor. Permita-me apresentar algumas delas:
- Lidia Cristina Jorge dos Santos: Advogada especialista em Direito e Agronegócio, graduada em Direito pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie e com bacharelado em História pela Universidade de São Paulo (USP). Lídia é uma referência no marketing do agronegócio, trazendo sua força e expertise como sócia fundadora do escritório de advocacia Figueiredo e Santos Sociedade de Advogados, especializado em Agronegócio.
- Roberta Züge: Mestre e Doutora em Reprodução Animal pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Ética e Responsabilidade Social Empresarial no Agro pela Universidade de Bolonha e especialização em Reprodução Animal realizada na Alemanha. Através de sua assessoria e consultoria no setor agropecuário, Roberta orienta sobre questões legais, normas de qualidade, treinamentos e certificações, abrindo caminhos repletos de beleza e eficiência.
- Fagoni Fayer Calegario: Engenheira agrônoma pela ESALQ/USP, mestre em Ciências Agrárias (Fisiologia Vegetal) pela UFV e doutora em Agronomia pela ESALQ/USP. Hoje, Fagoni traz seus conhecimentos à EMBRAPA, onde atua com excelência na área de Produção Integrada Agropecuária e Segurança de Alimentos, seu amor pelos campos floresce em cada plantação.
- Rumy Goto: Aposentada desde 2016, Rumy foi uma pioneira. Atuou como professora adjunta da UNESP/FCA, especialista em produção de hortaliças. Com formação acadêmica vasta, incluindo mestrado e doutorado em Agronomia/Produção Vegetal, bem como um pós-doutorado em Enxertia em Hortaliças, ela colheu frutos em renomadas instituições e foi presidente da Associação Brasileira de Horticultura (ABH) de 1999 a 2005.
O CCAS, uma verdadeira ode à ciência agrícola, acolhe essa essência feminina. Mulheres inteligentes e destemidas, compartilhando seus conhecimentos para falar de sustentabilidade, promovendo uma sinfonia de conscientização e avanço no setor agrícola, onde todas as vozes são ouvidas.
A agricultura é uma dádiva para a sociedade e uma peça-chave no enredo da evolução humana. Por isso, é imprescindível que todo o saber acumulado nas universidades, instituições de pesquisa e nas mãos experientes dos agricultores seja compartilhado com a população. Somente assim, o esplendor da agricultura, especialmente sua simplicidade sustentável, poderá ser apreciado por todos com harmonia e gratidão.
As conquistas da mulher no agronegócio e o envolvimento feminino devem ser celebrados, pois promovem o florescimento do setor, tecendo uma tapeçaria de agricultura mais eficiente, sustentável e inclusiva. Que possamos valorizar ainda mais o potencial das mulheres, proporcionando igualdade de oportunidades e reconhecendo, com toda a intensidade do coração, o brilho incomparável que elas trazem a todas as áreas do agronegócio.