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Cotado por Lula, Fávaro seria uma escolha acertada na Agricultura


Deu a lógica: Carlos Fávaro (PSD), senador pelo Mato Grosso, deve ser o novo ministro da Agricultura. Uma vez confirmada, trata-se de uma acertada escolha de Lula (PT). Primeiro, por pertencer ao grupo político de Blairo Maggi, que destoando da maioria dos ruralistas, e embora não sendo de esquerda, se alinhou à candidatura petista logo de início.

Segundo, por compor o agro do Mato Grosso, Estado que hoje lidera, com 17,8%, o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país (nov/2022). A ocupação do cerrado transformou o Centro-Oeste na vitrine do agro nacional.

Terceiro, por entender do tema, sendo filho de agricultores paranaenses que, nos anos 1980, foram abrir as fronteiras do país em Lucas do Rio Verde. Fávaro presidiu a Associação do Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), de 2012 a 2015, e participou da criação da certificação RTRS, que assegura distância do desmatamento ilegal na Amazônia.

Carlos Fávaro representa a agricultura moderna, tecnológica e sustentável do Brasil. Exatamente como o fazia Tereza Cristina (PP), no governo de Jair Bolsonaro (PL). Sua ascensão é uma garantia à continuidade de políticas públicas responsáveis no agro nacional.

Como diria Ortega y Gasset, porém, o homem depende das circunstâncias. Para lograr êxito, Carlos Fávaro terá que rebolar na seara vermelha, onde pululam negacionistas da moderna tecnologia agronômica.

Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura de Lula, de 2003 a 2006, que o diga. Enfrentou como um herói, dentro do próprio governo, a esquerda retrógrada, que se posiciona contra o avanço da biotecnologia no campo.

Assim como Tereza Cristina, que sofreu nas mãos dos brutamontes bolsonaristas, como se fosse, ela, da mesma estirpe daqueles que tocam fogo na floresta e se lixam para a agenda da sustentabilidade. Apanhou dos ambientalistas, mas trouxe respeito ao agro nacional.

Carlos Fávaro é cordato. Mas não poderá ser manso nem submisso. Terá que utilizar habilidade política e conhecimento técnico para mostrar que, independentemente do tamanho e da natureza da produção, o avanço tecnológico é a chave do futuro no agro. A oposição entre agricultura familiar e agronegócio é uma trágica invenção da retórica esquerdista. Uma verdadeira trapaça na inteligência agrária.

Todos, repito, 100% dos pequenos produtores familiares de soja, café, milho, trigo, entre tantos, praticam o agronegócio puro. Utilizam tecnologia de ponta, garantem qualidade, comercializam via cooperativas, ganham dinheiro graças à sua competência e dedicação.

Somente está fora do agronegócio quem produz isoladamente, encontra-se marginalizado, ou visa a própria subsistência. Incontáveis produtores rurais assim se caracterizam, a maioria do semiárido nordestino.

O Brasil precisa avançar na consolidação do seu modelo tropical de agricultura, ampliando a inserção produtiva no campo. Esse é o verdadeiro desafio: como trazer mais agricultores para o mundo virtuoso dos negócios rurais.

Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE (2017), só 9,2% dos estabelecimentos rurais –cerca de 500 mil unidades de produção– produzem 85,1% da riqueza no agro. Seria bacana expandir a base da produção tecnológica.

Como realizar tal tarefa?

Por meio de um tripé essencial: educação, conhecimento técnico e cooperação. Nisso deveria residir a preocupação fundamental do poder público. Atuar para emancipar os pequenos agricultores, engrandecer as pessoas, e não torná-las dependentes do governo.


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    Referências

    www.agricultura.gov.br
    Ministério da Agricultura - Portal da
    Agricultura, Pecuária e Abastecimento

    www.embrapa.gov.br
    Embrapa - Empresa Brasileira de
    Pesquisa Agropecuária

    www.ital.sp.gov.br
    Instituto de Tecnologia de Alimentos

    www.alimentosprocessados.com.br
    Alimentos Processados

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