O jogo dessa guerra pelo agronegócio global vai ser jogado nas tarifas, nas taxas, nos acordos diretos entre países e blocos, e na competitividade e produtividade dos governos, muito mais do que na produtividade dentro das porteiras das fazendas.
Entramos e entraremos cada vez mais num jogo de negócios internacionais com tarifas zero. O acordo da parceria Transpacífico, envolvendo 12 países, significará mercados e fronteiras abertas ou com boa parcialidade abertas para o movimento das mercadorias. Esse acordo reúne cerca de 800 milhões de consumidores, e as tarifas serão eliminadas, como no caso do frango americano 40%, 35% na soja, e 40% nas frutas.
Os japoneses irão baixar de 50% para 9% a tarifa sobre alguns cortes de carnes bovinas, por exemplo. Ou seja, brasileiros, a guerra no agronegócio não será simplesmente jogada na produtividade dos produtores rurais, e mesmo na infraestrutura e logística. Essa nova guerra dar-se-á nos acordos de eliminação ou diminuição das barreiras tarifárias de negociações.
Agora, para algum país abrir o seu mercado zerando taxas, sem dúvida, a reciprocidade vem no troco. Nos Estados Unidos já vira um argumento para os candidatos à próxima presidência, refugar esse acordo Transpacífico como nefasto aos setores industriais norte-americanos. Mas la nave va. Alimento, agroenergia, comida será cada vez mais alvo de taxas zero, impostos zero, em todos os cantos do mundo.
A guerra será jogada na área tributária e nos acordos de fronteiras abertas. O governo brasileiro que se cuide, e que nos cuidemos todos.