Duas coisas preocupam o Agro brasileiro no momento. A ganância dos governos estaduais e as chamadas representações da sociedade civil.
Alguns governos estaduais, como os de Goiás e Paraná, tentam criar impostos sobre os produtos agrícolas. Deu na invasão da Assembleia Legislativa de Goiás. Todos querem gastar e arrecadar mais, ninguém se preocupa em cortar gastos e melhorar a eficiência. Além disso, exportar imposto é tiro no pé, é burrice pura, além de aumentar os preços de alimentos, fibras e energia. Será que esqueceram a história do ICMS do algodão? O Brasil foi grande produtor mundial até o final dos anos 1970. Aí veio o Mercosul, importação sem imposto e 15 % a 18% de ICMS na produção. Efeito? Quase acabou o algodão brasileiro, que chegou a ser o maior importador. Apressou a mudança das áreas produtivas de SP e PR principalmente para o MT. Acabou com uma importante opção de pequenos produtores nestas regiões tradicionais, uma vez que, para competir, era necessário ter escala. Talvez tenha sido a maior fábrica de desempregados que já se viu neste País.
Lei Kandir: a salvação. Apesar do choro de governadores, a verdade é que hoje, como consequência de uma pequena taxação na importação, a isenção de ICMS transformou, novamente, o Brasil em quarto maior produtor e segundo maior exportador de algodão. AHHH, mas não se come algodão!! Não, mas a cadeia de algodão só perde para a do petróleo em termos de geração de empregos. Sem emprego fica mais difícil comprar comida. Isso já foi visto. É só perguntar para o pessoal que perdeu emprego na região de Americana, SP, e em outras, naquela época.
Aí, o grupo setorial de igualdade racial do governo de transição trabalha para retirar o INCRA do MAPA, e alocá-lo na pasta do Desenvolvimento Agrário, a ser criada. Gente, grupo setorial de igualdade racial. Dá para acreditar?? De volta para o passado! Não funcionou, a não ser para o fomento das invasões de terra.
Muita gente precisa estudar mais um pouco. Conhecer melhor o que vem ocorrendo no Agro brasileiro. Alguém propagou que havia negacionistas da COVID, e agora, isso não é negacionismo? Não conseguem ver o que ocorreu, está ocorrendo e vai acontecer com a produção agrícola brasileira? Não sabem do crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano nas principais regiões agrícolas de nosso País? Não tiveram notícias de índios produtores, e agora independentes do governo? Liberdade!! Ou será mal-intencionismo, se é que essa palavra existe. Ora, o INCRA é agronegócio, quer queiram quer não queiram. Temos alguns problemas com os microprodutores que precisam de assistência especial? Sim, mas, primeiro, não acredito que um ministério de Desenvolvimento Agrário vá resolver, como já não resolveu, e segundo essa camada de produtores deveria receber uma atenção especial, de início assistencialista, mas com treinamento para independência. Isso traz liberdade ao ser humano. O MAPA tem condições de fazer isso.
Então senhores das canetas, por favor não estraguem o que está funcionando. Tratem com respeito e sem ideologias nosso Agronegócio, dos assentados às grandes companhias com ações em Bolsas de Valores, inclusive no exterior. Reconheçam o que o mundo já percebeu! Vale acomodar amigos e criar desemprego? Vale prejudicar a segurança alimentar do mundo para acomodar grupos ideológicos?