O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) se reuniu com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e com a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) no dia 8 de fevereiro para debater sobre o uso de insumos agrícolas. O diretor geral do ITAL e também membro do CCAS, Luis Madi, afirmou na abertura do evento “Para nós é uma honra sediarmos um evento como este que reúne grandes profissionais, pesquisadores, acadêmicos, indústria e o mais importante: para debatermos juntos como disseminar o trabalho que nosso setor tem realizado desde o antes até depois da porteira com os alimentos já nas prateleiras dos supermercados. É uma oportunidade de gerar riqueza, agregar valor porque, dessa forma, conseguiremos vender o produto com maior valor agregado, e também é essencial que o consumidor possa comprar seus alimentos sem medo, mas capacitados a entenderem como foi o processo até as gôndolas”.
Madi abordou o tema de alimentos convencionais e orgânicos no Brasil, mencionando que os alimentos processados sofrem a mesma imagem negativa que os insumos agrícolas; e que notícias sem comprovação de pesquisa científica são uma das responsáveis por propagar mitos do setor. “O consumidor está confuso com a quantidade de informações sobre o que comer divulgadas pelos canais de comunicação e, além disso, existe a incredibilidade, em especial nas empresas”, declara.
Para resolver isso, é preciso desmitificar tanto o uso de defensivos agrícolas, quanto dos alimentos processados. “O uso de dados estudados, de fácil compreensão e acesso com o viés positivo devem ser divulgados em canais de confiança para atingir o consumidor final”, completa.
A apresentação do professor Caio Carbonari da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) tratou sobre a eficiência no uso de insumos. Carbonari disse que é necessário desmistificar o uso de agrotóxicos através de estatísticas de qualidade, como dados de análises de risco. Após a fala do professor, o debate rendeu muitas reflexões a respeito do uso dos ativos dos agrotóxicos em outras aplicações, como repelentes e remédios.
A avaliação de risco do uso de insumos no Brasil foi abordada em duas vertentes no evento, com Ximena Patino da Croplife explicando os níveis de risco de forma detalhada na parte ambiental; e com Karen Casarin da Basf mostrando sobre os riscos para o consumidor final do alimento, uma parte importante dita por ela é que o Brasil precisa se modernizar no uso de insumos e explicou que se todos os critérios forem cumpridos, a segurança é completa.
Já o diretor da Andef, Mário Von Zuben apresentou as mudanças que estão em discussão no Projeto de Lei de Defensivos. “A lei atual precisa ser modernizada, além de poder colocar o Brasil para competir no mercado agrícola global com mais tecnologias”. O principal ponto dessas mudanças é o espaço para o uso de análise de riscos com critérios científicos avançados.
Encerrou o debate, Fernando Marini, membro do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), com uma apresentação sobre o uso de defensivos ilegais no país e explicou sobre a campanha do sindicato contra o uso desses insumos. Marini apontou os riscos para saúde humana, meio ambiente e até mesmo para economia do Brasil com a venda e uso dos produtos ilegais.
O encontro foi muito produtivo e repleto de troca de informações.
Fontes: CCAS e ITAL