Modernos programas de suinocultura sustentável já fazem captação de gases de efeito estufa em larga escala, minimizando impactos ambientais e ainda gerando receita com a venda de créditos de carbono, mostrando que suinocultura limpa também promove sustentabilidade econômica*.
Um desses programas conta com biodigestores instalados em mais de 1.000 granjas suinícolas em regime de Integração (RS, SC, MG e GO) e reduziu a emissão anual de CO2 equivalente em 600 mil toneladas. Enfim, tratamento de dejetos com a perspectiva de maior retorno do capital investido.
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Na mesma cadeia produtiva, no antes da porteira, a empresa de genética líder do mercado também acumula créditos de carbono em suas granjas de melhoramento e desenvolvimento de suínos. Adotou um sistema avançado de tratamento de dejetos que, além do seqüestro de carbono, proporciona grandes volumes de fertilizante, utilizado em cultura de milho que abastece a misturadora de ração do próprio núcleo genético*.
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Por falar em lavoura, uma empresa internacional do setor agroquímico já reduziu em 29% as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) por tonelada de produto vendido, comparativamente a 2002*.
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Aliás, por essa época, mais precisamente em 2001, mal se conhecia a certificação de madeira, no Brasil. Foi quando constitui-se e o Conselho Brasileiro de Manejo Florestal, organização não-governamental ligada ao FSC – Forest Stewardship Council, fundado em 1993, no Canadá, e reconhecido em todo o mundo como a mais conceituada certificadora florestal. Hoje, existem no Brasil mais de 5 milhões de ha sob manejo florestal certificado pelo Conselho e mais de 200 empresas com sua certificação de cadeia de custódia, que garante a rastreabilidade da madeira e produtos com ela confeccionados, da floresta às prateleiras.
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Por fim, lançando um olhar sobre o pós-porteira, vamos recordar que já vem de dois anos a abertura do primeiro supermercado (Indaiatura-SP) com instalações construídas integralmente com base nos pré-requisitos exigidos pelo GBC – Green Building Council, para a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). São vários os aspectos auditados pelo GBC e veja alguns deles: energia elétrica proveniente de fontes renováveis; redução de emissão de CO2 (no caso, 34.000 toneladas/ano); reaproveitamenteo do calor gerado em máquinas para aquecimento de água; e mobiliário com madeira cerificada FSC.
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Esses são alguns dos muitos exemplos existentes de casos bem-sucedidos de gestão pela sustentabilidade, no agronegócio. E, talvez pela primeira vez, sob uma perspectiva da década, podemos colecionar exemplo em muitas cadeias produtivas – ou em diferentes elos dentro de uma mesma cadeia.
Ainda não alcançamos o ponto de ver uma cadeia produtiva específica engajada de fio a pavio na gestão para sustentabilidade. Mas no composto geral do agronegócio é cada vez mais freqüente a implementação de ações estruturadas para a redução contínua dos impactos ambientais e ganhos na esfera econômico-social, contribuindo positivamente para recompor nossos parâmetros de sustentabilidade.
Em uma cadeia de demanda derivada – como é o agronegócio – sabe-se que a eficiência dos sistemas são tanto maiores quanto mais eles cortam as atividades da cadeia, do início ao fim, tornando-se um exemplo bem acabado de sinergia. E este parece ser o salto qualitativo que estamos experimentando nos últimos tempos, com uma perspectiva integrada das ações de sustentabilidade antes, dentro e depois da porteira.
Programas realmente eficientes de respeito ambiental e racionalidade de recursos são 100% positivos com o envolvimento de atores nas três grandes áreas do agronegócio, integrando princípios ambientais (preservação de recursos), econômicos (maior retorno do capital) e sociais (cidadania e geração de empregos).
(*) Fontes: sadia.com.br – Programa Suinocultura Sustentável. • Basf notícias, junho 2011. • Guia Páginas Verdes, flc.org.br. • Planetasustentavel.com.br – Pão de Açúcar.
CORIOLANO XAVIER
Conselheiro Fiscal