“Se aumentasse as exportações de milho, o Brasil elevaria os preços da soja, do trigo – e do próprio milho”. A afirmação é do analista Luiz Fernando Pacheco, segundo o qual os três grãos se encontram nas fábricas de ração que, como é sabido, estão reduzindo a sua demanda por conta da melhoria das pastagens e do aumento da silagem.
“Então, a melhor solução para a lucratividade destes grãos, neste momento, é o aumento das exportações de milho, cujos estoques finais estão astronômicos, no Brasil: são projetados em 23,2 milhões de toneladas, contra 18,9 da safra passada e apenas 6,9MT da safra de 2015/16. É muito milho!”, observa o especialista
Segundo ele, se o Brasil não exportar “muito mais, este enorme estoque final vai derrubar não apenas os preços, como a lucratividade do produtor. Mas, se aumentar as exportações, vai fazer subir os preços do próprio milho, do trigo (como em 2016) e da soja, aumentando a demanda do farelo, que está muito baixa”.
“Mas, para isso, nosso milho teria que ser mais competitivo: nossos preços FOB estão entre 1 e 3 dólares mais caros que os do trigo americano e nosso frete marítimo em média US$ 10,00/t mais caros para os principais destinos”, completa Pacheco.
EXPORTAÇÕES
A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) reportou que, em janeiro de 2018, as exportações brasileiras de milho atingiram 3,021 milhões de toneladas, o que representa cerca de 24,3% a menos do que em dezembro, mas o dobro do mesmo mês de um ano atrás. Entre 01 de fevereiro de 2017 e janeiro de 2018, o total das exportações brasileiras atingiram 30,81 MT, contra a estimativa oficial de 30,5 MT.
Fonte: Terra Viva