Feliz Páscoa! Chocolate é agronegócio, vem do cacau e tem gente que diz que em 2020 teremos cada vez menos cacau de verdade no chocolate, pois a produção no campo não acompanha o crescimento imenso dos chocólatras pelo planeta afora. No Brasil, em 40 anos, aumentamos o consumo em cerca de dez vezes. A Índia e a China, que não apareciam nas estatísticas, dobraram o tamanho do mercado em apenas uma década.
Entretanto, a produção mundial do grão diminuiu 3.7% na safra 2012/2013, e o consumo subiu 2.4%. As razões para esse fato da produção não acompanhar o consumo está na cada vez maior escassez de terras agrícolas, disputadas com outras culturas como a palma, seringueira, milho e uma doença brava que dizima o cacaueiro, a famosa vassoura de bruxa, a falta de mão de obra, a produção do cacau é feita por milhares de pequenos produtores no mundo todo, como África, Gana e Costa do Marfim. Os efeitos climáticos também são muito sensíveis no cacau.
Mas notícias boas existem. As grandes companhias produtoras de chocolate, do outro lado investem na educação e no desenvolvimento dos produtores rurais. A World Cocoa Foundation, formada por mais das 100 grandes corporações, representando cerca de 80% da indústria do chocolate investem em suporte e apoio à produção do cacau, através de agricultura familiar e pequenos produtores pelo mundo. Já são atendidos mais de 200 mil produtores rurais no mundo.
Todavia o preço aqui no consumo tem crescido como reflexo do crescimento do cacau no campo. Na última safra o aumento chegou a 25%, e no mercado os produtos têm crescido até 40%. Ou seja, dependeremos de inovações tecnológicas acentuadas, preparo de produtores rurais e estímulo à produção familiar em diversos espaços do mundo.
Notícia ótima no tema para o Brasil é que tivemos no Salão do Chocolate, em Paris, no final de 2013, o cacau de uma fazenda de Linhares, Fazenda São Luiz, no Espírito Santo, selecionado entre os 50 melhores do mundo. São considerados aspectos como a doçura, o sabor, a acidez, e isso significa muito prêmio para essa produção e é resultado de inteligência na liderança dessa região brasileira, Linhares, no Espírito Santo, onde temos o único local brasileiro com IG, significa identificação geográfica, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
IG significa rigor, qualidade e processos definidos e cumpridos. E lá, em Linhares, a produção do cacau tem crescido, revelando que o caos previsto para o fim do cacau pode ser revertido com gestão, educação e inovação.