Não basta tirar leite, é preciso entender sobre esse negócio. Estive neste mês em um lugar do Brasil que tem a atividade leiteira mais desenvolvida do país. Fica no Paraná, em Carambeí.
Participei de uma grande reunião com a Clínica do Leite, uma instituição sem fins lucrativos que atua para a melhoria da pecuária de leite, por meio de serviços analíticos, da geração de conhecimento e da formação de pessoas. Esteve presente a Frísia e muitos convidados de diversas organizações.
Em Carambeí, está sendo aplicada uma filosofia de organização baseada no Método Lean, que foi desenvolvido pela Toyota, no Japão. É uma filosofia de gestão focada na redução dos sete tipos de desperdícios, como a superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. Segundo a metodologia, eliminando esses desperdícios, acaba-se diminuindo o tempo e o custo de produção
O professor Paulo Fernando Machado, um dos maiores especialistas na gestão do leite, desenvolveu o método Master Dairy Administration (MDA), que significa uma Maestria na Administração do Leite.
A educação para o sucesso nessa nobre arte da atividade leiteira passa por vários incômodos. Por isso, é preciso dar um significado ao trabalho, ter missão, visão e valores, engajar funcionários, solucionar problemas e inovar.
Então, vir a ser um ótimo produtor de leite, não basta apenas entender de vacas e da nutrição das vacas, ou saber tirar o leite; precisa estar atuando sobre uma filosofia de administração, como o método MDA, iniciado em 1996 na Esalq-USP, com a Clínica do Leite.
É hora de saber administrar com uma filosofia de propósitos e sentidos. E tudo começa no próprio pensamento de quem faz.