Tenho sido questionado para dar minha opinião aqui na Jovem Pan. Portanto aqui vai: eu acho certo que um governador do estado tenha abertura para conversar com todo e qualquer movimento que seja legalizado. O MST, apesar de suas invasões e métodos do passado, é constituído formal e legalmente, portanto, cabe sim ao governador ter diálogo e comunicação.
Alguns acham que como o MST vive das tetas governamentais, e a vaca federal está meio mal de leite, se aproximam na busca de novas tetas. Essa visão não será produtiva para uma possibilidade de evolução nas relações, deste segmento com a sociedade civil. Por outro lado, o líder do MST, o coordenador Gilmar Mauro diz se tratar de uma aproximação política, que os princípios não estão na mesa de negociação e ainda acrescenta haver vários PSDB's, com opiniões diferentes, da mesma forma, eu diria, existem vários MST's. Não há empresa, organização qualquer que seja que não tem nos seus intestinos facções distintas, com pensamentos diferentes e visões de mundo opostos.
Oser humano, o assentado de uma reforma agrária, para progredir e cumprir o papel esperado pela sociedade precisa de conhecimentos, tecnologia, educação e, acima de tudo, do agronegócio. Ou seja, se os assentamentos não se organizarem para negociar, produzir, e vender, se não estabelecerem cooperativas e inteligência de marketing, não progridem e viverão dependentes de tetas governamentais, as quais, no mundo todo tendem a ir secando. Não dá para aleitar tantas bocas que não queiram empreender e cooperar.
Portanto, se o lado evolutivo tanto do governo quanto do MST se cruzarem e efetivarem uma análise concreta de situações concretas, como diria o companheiro Mao Tse Tung, o chinês, teremos chances de coisa boa, tanto para a sociedade brasileira, quanto para os assentados e uma possível luz positiva na questão da reforma agrária. Agora invadir estações de pesquisa, áreas educacionais, como ocorrido recentemente no Paraná, além de quebrar o Ministério da Agricultura, em Brasília, com certeza segmentos do MST já concluíram que não terão futuro desse jeito. Portanto, sem as armas do passado, que venham as armas do futuro, comunicação, diálogo e negociação.