O Brasil tem cafés especiais extraordinários e em alta qualidade, mas precisamos tomar cuidado com a realidade versus a percepção. Marketing significa arte mental, a percepção deve sempre ser ampla e criar um superávit de foco e priorização, porém se não for acompanhado por um sutil fio umbilical com a realidade, a coisa toda espana, e o que poderia ser uma boa intencionada valorização do café brasileiro pode o tiro sair pela culatra.
Na ótima rede social do café, Peabirus - do professor Sergio Pereira, o analista Bruno Souza comenta que estamos inventando uma banalização nacional do café especial. Ou seja, até 2008 os finalistas dos concursos internacionais de baristas no mundo usavam café brasileiro. Ultimamente apenas os competidores brasileiros usam café brasileiro.
A razão, perigosa, houve uma proliferação de café brasileiro vendido como especial, no processo lavado, que contém 70% de café no processo natural. Quer dizer, produtores compram café de outras regiões preparados com processos diferentes, com características distintas. São vendidos como puros, mas não são. Não são do mesmo terroir.
Atenção, o alerta para os cafés especiais brasileiros. Nada de apresentar um bom café, café bom, como se fosse maior e acima do bom e com preços de especiais. O especial precisa ser especial, senão vira banal. E aí fico com o analista. Vira commoditty de novo. De olho no café realmente especial.