O Conselho Científico Agro Sustentável, CCAS, é uma organização da sociedade civil, criada com o objetivo de discutir temas relacionados à sustentabilidade e ao agronegócio brasileiro, sempre valorizando o conhecimento científico. Com isso defendemos a ciência acima de quaisquer notícias sem base e que atrapalham o desenvolvimento sustentável. Esclarecemos melhor na carta de posicionamento sobre uma pesquisa realizada sobre o Paraquat. Confira nossa carta na íntegra:
O Conselho Científico Agro Sustentável, CCAS, é uma organização da sociedade civil, criada com o objetivo de discutir temas relacionados à sustentabilidade e ao agronegócio brasileiro, sempre valorizando o conhecimento científico.
Os membros conselheiros do CCAS são pesquisadores e profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem, através da imparcialidade, ética e transparência, a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.
Consoante a missão do CCAS, seus conselheiros vêm, por meio desta, posicionar-se tendo em vista a inconsistente matéria, do ponto de vista científico, publicada pela ONG Repórter Brasil sobre o pesticida paraquat, que pode provocar lamentáveis consequências ao papel da Pesquisa e da Ciência na agricultura brasileira. O primeiro resultado da referida reportagem foi suscitar uma “Nota de Repúdio”, emitida pelo Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas, da Faculdade de Ciências Médicas, FCM. Em seguida, a decisão do Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, de suspender o projeto de pesquisa “Determinação de resíduos de Paraquat em urina de agricultores com exposição prolongada com tecnologia mecanizada e em cabine fechada em cultivo de soja do estado de Mato Grosso”, aprovado por este próprio Comitê de Ética, e conduzido pelo Instituto de Pesquisas em Educação e Saúde “Prof. Dr. Waldemar Ferreira de Almeida – INPES”.
Agronegócio, imprensa e desenvolvimento sustentável
A comunidade científica internacional vem alertando para um tipo de ativismo, cujos alvos prediletos são inovações em áreas como Medicina, Química e Biotecnologia. Um dos alvos mais atacados nessa oposição sem-sentido é a produção agropecuária, responsável, em resumo, pela produção mundial de alimentos.
A Imprensa tem papel de suma importância para a sociedade. Sua tarefa é, historicamente, ainda mais primordial em situações de crises devastadoras; é o cenário
que o mundo enfrenta atualmente, sob a pandemia do novo coronavírus.
Porém, quando um tipo de Jornalismo – em nome de causas ainda que justas ou bem-intencionadas – renega a Ciência, acaba servindo ao obscuro mundo das fake News. É o risco que oferece a matéria publicada pela ONG Repórter Brasil, ao não oferecer qualquer embasamento científico para atacar o projeto de pesquisa conduzido pelo INPES.
Decisões apoiadas no crivo da Ciência
Diante do exposto, o CCAS, reconhecendo o status acadêmico do Departamento deSaúde Coletiva e do Comitê de Ética em Pesquisa, reage à luz da Ciência, de forma serena, porém veemente, à “Nota de Repúdio” do DSC e à decisão do Comitê de Ética de suspender a pesquisa conduzida pelo INPES.
Sobre a “Nota de Repúdio”, chama a atenção o Departamento signatário ter se apoiado em reportagem improcedente, dos pontos de vista agronômico e toxicológico e, ainda assim, não ter se dado ao trabalho de enumerar sequer um dado científico contrário ao uso da tecnologia do pesticida Paraquat.
Quanto à decisão do douto Comitê de Ética, os pesquisadores do CCAS, com real interesse acadêmico e profissional, têm a certeza que, após a vossa revisão dos aspectos administrativos e científicos, aprovarão os trâmites conduzidos pelo INPES e a continuidade da pesquisa. E, dessa forma, ratificarão a própria decisão anterior deste Comitê de Ética, que aprovou este projeto. Afinal, esta pesquisa poderá validar, sugerir determinadas condições de uso ou mesmo inviabilizar o uso deste pesticida na agricultura brasileira. Que a decisão, portanto, seja submetida ao crivo irrepreensível e soberano da Ciência.
São Paulo, 31 de julho de 2020.
CONSELHO CIENTÍFICO AGRO SUSTENTÁVEL – CCAS
José Otavio Menten
Presidente