Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho CientÃfico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.
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Aconteceu. O fiscal agropecuário federal Gouvea, insatisfeito com o que acontecia no seu trabalho, delatou e entregou um esquema para a polÃcia. O sindicato dos auditores e fiscais agropecuários já se pronunciou como tendo sido, também, responsável por essa entrega!Â
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Outros segmentos da carne se manifestam. E as próprias empresas mencionadas publicam seus manifestos. O Ministro Blairo Maggi fala do soco na nossa imagem. Enfim, o que fica evidente nesta inesperada e mega surpreendente crise que o agronegócio e o Brasil não precisavam é a ausência de governança e de gestão da cadeia produtiva. Aliás, o conceito filosófico da gênese do agribusiness em Harvard nos anos 50, professores Ray Goldberg e John Davis.Â
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O que precisamos urgente é de um porta-voz da crise. Um fundamental comitê de gestão da crise. E que todas as informações e o verdadeiro tamanho e dimensão do real problema fiquem limitados ao seu espaço, e não amplificados pela comunicação ou pela manipulação de interesses predadores ou detratores dos interesses do paÃs. A competição global vai tirar imenso proveito do fato, os consumidores da carne brasileira levaram uma chifrada de desconfiança. O que era sadio ficou com percepção de insalubre. Enfim, realidade continua sendo aquilo que é percebido. A arte da venda continua sendo a de criar percepções futuras e entregá-las ligadas por um fio umbilical que jamais pode ser desligado do sonho de não ser sonho e sim, realidade. E como Raul Seixas disse: âÂÂsonho que se sonha junto é realidade, sonho que se sonha só é só sonhoâÂÂ. Eu só mudaria o final: é só ilusão.Â
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A cadeia produtiva inteira da proteÃna animal levou uma veemente pancada. ImpossÃvel negar. E nesse curral caÃmos todos. O antes, o dentro e o pós-porteira das fazendas. Como separamos o joio do trigo?  Como separamos plantas e empresas éticas e corretas nas quais a menção a ilegalidade não é permitida em nenhum bastidor, de outras em que o "foggy business", o nebuloso é admitido, desde que utilizando faróis de neblina? Como separamos a categoria dos produtores rurais envolvidos com ciência, tecnologia, bem-estar animal, integração lavoura, pecuária e floresta, sustentabilidade, o boi verde e práticas Ãntegras em aves, suÃnos, que entregam produtos dentro das mais elevadas exigências globais, de outros "meia boca"? Pelo menos cooperativas não estão no "rol" desse rolo.
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Talvez seja impossÃvel separar essa mistura que uma vez misturada, turve o copo, assim como uma gota de mercúrio cromo numa taça de água cristalina, o manche inevitavelmente!
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Mas, crises existem, sempre existirão e esta é somente mais uma. Aprender com ela, enfrentar de frente e saber gerenciar esta crise, pode significar um extraordinário salto na orquestração e liderança do agronegócio brasileiro da proteÃna animal, que come e consome o outro agro, o vegetal, e que nos tem trazido riquezas para o paÃs e abastecimento seguro para o cidadão brasileiro.
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Mas, a hora agora é a de termos um comitê interdisciplinar e reunindo todos os elos da cadeia produtiva (menos aquela que já esta na cadeia, na outra, na da lei), e criarmos uma central de reunião e integração dos dados e dos fatos. E, sim, um ser humano, um porta-voz ou uma porta-voz que tenha credibilidade e independência para poder significar um sÃmbolo de ética e de respeito, no mar das lamas nacionais, feridas expostas a céu aberto da corrupção e fraqueza de caráter. Das carnes fracas, precisamos ver surgir as carnes fortes elevadas com a alma legÃtima da evolução.
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Podemos fazer e podemos sair dessa crise fortes e muito melhores do que antes. Assim espero e assim o Brasil pode e deve agir. Qual Brasil? O nosso paÃs, o nosso Brasil, claro. Meu, seu e de gente que, aos trancos e barrancos, o tem construÃdo, lutado e vencido. Cooperação dos bons. A hora é agora. Presidente Temer mande imediatamente constituir um comitê de gerenciamento da crise, e mande eleger um porta-voz. Eu, recomendaria "uma porta voz".
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Sobre o CCAS
O Conselho CientÃfico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no municÃpio de São Paulo-SP, com o objetivo precÃpuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.
O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento cientÃfico.
Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-cientÃficas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades cientÃficas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrÃcolas.
A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o paÃs e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. àpreciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. àimportante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais informações no website: http://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS no Facebook: http://www.facebook.com/agriculturasustentavel.Â
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